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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O caçador de borboletas

Como tantas outras coisas, não conhecia este poema. E foi a minha amiga Carla, que me mostrou a magia das borboletas.

Sorridente, ao nascer do dia,
ele sai de casa com a sua rede.
Vai caçar borboletas, mas fica preso
à frescura do rio que lhe mata a sede
ou ao encanto das flores do prado.
Vê tanta beleza à sua volta
que esquece a rede em qualquer lado
e antes de caçar já foi caçado.
À noite, regressa a casa cansado
e estranhamente feliz
porque a sua caixa está vazia,
mas diz sempre suspirando:
Que grande caçada e que belo dia!
Antes de entrar, limpa as botas
num tapete de compridos pêlos
e sacode, distraído,
as muitas borboletas de mil cores
que lhe pousaram nos ombros, nos cabelos.

Álvaro Magalhães em O reino perdido

1 comentários:

carlluz disse...

Linda esta mensagem .
A beleza está nas coisas mais simples da vida, na natureza, nos sentimentos,num sorriso ... na felicidade. Obrigado por partilhares.
Bj
Carlos